Após
Crise nas Infinitas Terras, A DC decidiu reformular seus três principais heróis
– Superman, Batman e Mulher-Maravilha. Coube a George Pérez (à principio
somente nos desenhos, mas à partir da edição #2 nos roteiros também) a tarefa
de recontar a história da Mulher-Maravilha,
a guerreira amazona.
Durante
uma batalha contra a Antimonitor na saga Crise nas Infinitas Terras, a
Mulher-Maravilha é atingida por um raio e dada como morta, porém, o que
realmente aconteceu foi que ela acabou retornando no tempo e renasceu do barro
pelas mãos de sua mãe Hipólita. Ainda durante a Crise, as amazonas, achando que
Diana estava morta, pediram para os deuses apagarem sua existência e sua ilha
da história. Portanto, Pérez pôde realmente começar tudo do zero.
Em
sua nova versão, as amazonas foram criadas pelos deuses gregos, Steve Trevor
nunca caiu em Temyscira antes do nascimento da Mulher-Maravilha e Diana nasceu
com um propósito bem definido – ao se tornar adulta, ela deveria se aventurar
pelo mundo e enfrentar Ares, o Deus da Guerra. Além disso, ela nunca fez parte
da Liga da Justiça. O único problema desse reinício foi explicar a origem da
Moça-Maravilha, mas isso é outra história.
Pérez
retratou muito bem as intrigas dos deuses gregos, o relacionamento fraternal
entre as amazonas, e uma Mulher-Maravilha ainda ganhando experiência, contando
com a ajuda dos deuses, mas determinada. O primeiro arco mostra a jovem
guerreira enfrentando desafios quase que impossíveis, com muita ação e emoção. Além
disso, os personagens coadjuvantes como Steve Trevor, Ten. Candy, Professora
Kapatelis, etc, foram muito bem explorados.
Os
desenhos de Pérez estavam no seu auge, e ele desenvolveu muito bem o lado
mitológico. A primeira edição inteira mostram os deuses e as amazonas, e toda
as subtramas que se desenvolveriam no decorrer da série. O lado “humano” também
foi muito bem desenvolvido – a reação das pessoas à presença da “Embaixadora de
Temyscira”, os laços de amizade entre Diana e Kapatelis.
Mulher-Maravilha
de George Pérez é uma obra obrigatória para todos aqueles que gostam de uma boa
história em quadrinhos, com uma temática adulta e relevante, pois além de
explorar o rico universo da amazona, ainda mostra a determinação e coragem
necessários para fazer o que é certo, mesmo que isso signifique, em algumas
ocasiões, ficar contra sua própria natureza e sua criação.
Por Roger
6 Comentários
Excelente recomendação. Infelizmente, deixei o encadernado passar.
ResponderExcluirP.S.: Terminei o Hulk Cães de Guerra esses dias. Realmente é muito bom, mas o que eu realmente mais curti foi o início com o Banner lidando com os Hulks dentro da própria mente. MEU DEUS! AQUILO FICOU MUITO LOUCO! Por que não adaptam aquilo pra outra mídia??? Lembro que no desenho animado tinha esse negócio, mas no filme dos Vingadores deixaram ele de fora na cena que a Feiticeira coloca todo mundo em alucinação -_-
Um jogo de videogame em que você controlasse o Bruce nessa situação seria louco demais. Vlw por recomendar o/
Valeu Joker! Quando comecei a ler o encadernado do Hulk, e li as duas primeiras histórias, fiquei com a mesma impressão. Até porque, a história seguinte já tinha o título de Cães de Guerra, e daí eu achei que seria só lutas desenfreadas com cachorros selvagens. Mas felizmente me enganei. Essas histórias do início me ajudou a entender um pouco mais em como funciona o mecanismo de transformação no Hulk, pois eu pensava que era diferente. Nem imaginava que as personalidades do Banner eram tantas e tão conflitantes.
ExcluirQuanto à Mulher-Maravilha, espero que você tenha a oportunidade de ler essas histórias. Pelos menos as 14 primeiras, que estabelecem bem o status da amazona e da sua mitologia.
Roger, o conceito da Mulher-Maravilha já é complexo de ser bem trabalhado e George Pérez não só trabalhou esse conceito a perfeição como criou um divisor de águas na história da personagem. Não acompanho muito as histórias dela, mas posso dizer que não tem fase mais conceituada e elogiada e, venhamos e convenhamos, estamos falando de George Pérez!
ResponderExcluirÉ isso mesmo Giuliano. Eu não conheço quase nada da heroína antes da Crise nas Infinitas Terras, mas pelo que tenho lido, nada tão bom e completo foi feito antes, e nem depois de Pérez. E o incrível é que ele seria apenas o desenhista, mas acabou assumindo os roteiros a partir da segunda edição. Ainda bem! Aliás, seus desenhos estão no auge, assim como em Novos Titãs.
ExcluirBrian Azarello fez um trabalho sensacional recentemente na mensal da Mulher-Maravarilha, mas sua proposta foi um pouco diferente. Igualmente boa em termos de qualidade com a fase do Pérez, mas com uma direção diferente, na minha opinião.
Parece interessante, a única coisa que eu li dela foi a fase do Azarello(Que é um dos meus escritores favoritos de quadrinhos) nos novos 52 e achei muito bom.
ResponderExcluirPela sua recomendação vou procurar essa também.
Ps:Excelente post, notasse que o sr conhece bastante clássicos.
Então, na verdade minha formação são os clássicos mesmo. Comecei em 1981 quando comprei meus primeiros formatinhos de Heróis da TV e Capitão América. Todos os outros lançados pela Abril - Superaventuras Marvel, Grandes Heróis Marvel, Homem-Aranha, Hulk, Super-Homem, Batman, Heróis em Ação, Super Powers, Superamigos, etc, eu comprei desde a edição #1.
ExcluirInfelizmente, na época, só me interessava em ler algumas histórias, e hoje me arrependo. E também minha irmã se desfez de quase tudo que eu tinha!!
Mesmo assim, ainda tenho algumas coleções completas, e estou "caçando" as outras que faltam. Antes tarde do que nunca!
Legal saber que você se interessou pela Mulher-Maravilha do Pérez. Se tiver a chance de ler, depois diz o que achou.