Como combinado semana passada, eis que nesta quarta comentarei o
primeiro encadernado da série mensal do Questão, tal qual saiu nos EUA (afinal
por aqui parou neste Zen e a arte da violência). O primeiro encadernado traz as
edições 01 a
06 publicadas originalmente entre Fevereiro e Julho de 1987 sob a batuta de
Dennis O’neil, Denys Cowan e Rick Magyar com as cores de Tatjana Wood.
Vic Sage usa seu alter ego para ir mais fundo que o possível nas
investigações e usa sua profissão para expor tudo o que descobre (ele
literalmente vive jogando merda no ventilador). Ele agora está bem perto de
toda a sujeira que cerca o prefeito Fermin e o homem que segura suas cordas ,o
Reverendo Jeremiah Hatcht. Para dar um basta em Save, o reverendo usa a
assassina de aluguel Lady Shiva, uma das mais mortais mulheres do universo DC.
Ela acaba com o Questão sem dar-lhe chance de revide… e ele morre.
Lady Shiva porém não é uma vilã de coração negro e salva Vic Sage no
último instante pois encantou-se com a curiosidade, tenacidade e disposição de
luta ( mesmo que disso saiba muito pouco) do maluco. Salva-o e o entrega aos
cuidados do mestre zen-budista mega ninja Richard Dragon. Ele cuida do corpo,
da arte marcial e da mente de Vic. Tornando-o uma arma perfeita na luta contra
a corrupção. É hora de voltar pra casa. É hora de começar a faxina em Hub City.
Conhecer a identidade de seu algoz torna tudo mais fácil. E o Questão
sabe quem o mandou matar. Aparecendo como um fantasma, faz com que um homem
crédulo como o reverendo Hatch tenha um ataque de pânico. “Eu quero que você
reze” diz o Questão numa das frases mais fortes dos quadrinhos. O resto é um
combate sem trégua ao odioso reverendo numa história bem conduzida pelo
veterano O’neil que tem seu clímax com o assassinato do cretino.
O Questão estava de volta. Sua missão era conhecida. Seu recado foi dado.
Visão pessoal de história: apesar de excelente naquele período histórico
o arco não sobreviveu intacto ao passar do tempo. Com exceção do próprio
Questão todos os personagens jogados na trama principal são superficiais. São
trabalhados de forma muito rápida. As soluções e recursos usados para a trama
andar e ser resolvida são consideradas ingênuas hoje em dia (basicamente nosso
herói ou visita o covil do chefe dos bandidos ou o lugar tosco onde seus
capangas se encontram) e se você sentiu ecos do Demolidor de Frank Miller não
se espante.
Isso tudo não tira o brilho e sabor desta obra oitentista. Até
semana que vem.
Por Carlos Lenilton
Fonte: O Santuário
2 Comentários
Vic Sage escondendo a sua face pra combater o crime em sua suja Cidade !e mostrando a Cara do Questão pra combater a sujeira e limpar a corrupção de forma"zen"!Marcos Punch.
ResponderExcluirUma das melhores coisas já escritas nos anos 80. Eu procurei mas já não encontro mais o encadernado. Uma pena.
Excluir